Na Argentina, a Caravana da Integração contou com o apoio do Itamaraty para agendar compromissos com várias instituições. Essa parceria possibilitou que os estudantes fossem recebidos em muitos locais, entre eles a Asociación de las Madres de la Plaza de Mayo.
O encontro com as senhoras e senhores da organização foi inesquecível. Alguns caravaneiros colocaram a reunião como a melhor de toda a viagem, até agora. Os membros da associação deram uma verdadeira lição de vida, mostrando como é possível manter um coração jovem - ou seja, manter vivos os sonhos - apesar de todas as desilusões que a vida traz ao longo dos anos. "O possível nós podemos conseguir; é preciso buscar o impossível", disse Evel Petrini.
As madres de la Plaza de Mayo são senhoras cujos filhos se engajaram politicamente durante a ditadura militar na Argentina e foram torturados e assassinados pelos partidários do governo. O movimento começou individualmente, com cada uma fazendo o possível para encontrar seus filhos desaparecidos.
Foi então que perceberam que, daquela maneira, a busca seria impossível - era preciso lutar em conjunto. Apesar de todas as dificuldades (muitas foram presas ou tiveram que abandonar suas casas), o apoio que recebiam umas das outras as fez jamais desistir. Pouco a pouco, puderam socializar a maternidade. "Não era que faltava um filho, faltavam todos os filhos", conta Mercedes Meroño, vice-presidente da Associação. A partir daí, segundo dizem, se tornaram revolucionárias.
Até hoje, 32 anos depois dos encontros e protestos na Plaza de Mayo, muitas mães ainda não encontraram seus filhos e continuam lutando pela democracia e pela justiça social.
Fotos de Mariana Hirsch
Muito maravilhoso esse encontro.Fiquei emocionada ao saber do feito dessa linda caravana. Essas mulheres são guerreiras, um exemplo de vida, coragem... Vocês estão surpreendendo a cada momento. Que Deus continue iluminando vocês. Beijos.
ResponderExcluirIsabel Santos