por Fredson Carneiro
Visitamos as instalações provisórias da Unila – Universidade Federal da Integração Latino-Americana – em área na qual funciona o PTI – Parque Tecnológico de Itaipu - na cidade de Foz do Iguaçu. Fomos recebidos por uma comitiva formada pelos professores Nilson e Gentil de Economia, Clara e Graciela de Letras, Luiza de Sociologia e Gláucio de Agronomia. Na sala de reuniões, Felippe Ramos apresentou a Inulat e a Caravana da Integração, os processos de constituição de ambas assim como os objetivos e ideais que norteiam a iniciativa. Em contrapartida, nos foi apresentada a proposta de implantação da Unila, fundada nos ideais constitucionais de promoção da educação superior e do art. 4º da Constituição Federal, que visa promover a integração na América Latina e que teve como uma de suas primeiras ações institucionalizadas a criação do IMEA – Instituto Mercosul de Estudos Avançados.
A proposta inovadora de uma estrutura acadêmica desburocratizada e voltada para a integração da América Latina uniu simbolicamente os movimentos ali presentes – Unila e Inulat – que através da Caravana da Integração fundaram os marcos reais, concretos, para o estabelecimento de ações efetivas na integração da América Latina através da produção do conhecimento, de um saber subalterno e pós-colonial não mais subordinado a tutores intelectuais que pouco ou nada entendem da nossa realidade social, política e cultural.
A Unila se funda em áreas norteadoras da produção do conhecimento como campos interdisciplinares dos quais deslocam-se os cursos de graduação, quais sejam:1 Espacio inter-territorial y sociedad; 2. Historia, Comunicación e interculturalidad; 3. Ciencia, tecnología y desarrollo; 4. Educación y Salud Pública. Dessas áreas, depreendem-se 20 cursos de graduação que oferecem 10 mil vagas para estudantes brasileiros e dos demais países da América do Sul em regime paritário, assim como da composição de seus professores.
Após o momento de exposição dialogada, houve um debate entre os presentes a título de esclarecimento de dúvidas e demarcação de conceitos. Em seguida, partimos para um ato simbólico de plantação de uma árvore – pitangueira – no jardim do PTI/Unila, o que marca uma territorialidade já construída pela Caravana da Integração num espaço comum a ambas as iniciativas de integração Latino-Americana. Aqui se fundam e se cruzam os caminhos do real, pelo já construído através do esforço dos atores sociais envolvidos, e do simbólico, pelo que ainda está por vir no processo de construção da Caravana da Integração, da Inulat e da Unila. O ideal de integrar-se, fortalecer os laços e superar os entraves que constroem as distâncias entre os povos e sociedades da América Latina guiam os sentimentos e a razão de sujeitos e subjetividades tão belas quanto as palavras que povoaram o fim da reunião da Unila através da leitura do prólogo do livro “Diários de motocicleta”. Fomos presenteados pela leitura do referido livro através do profundo espanhol da professora Graciela, no qual a filha de Che Guevara relata a transformação que seu pai viveu a partir da viagem ao redor da América Latina, desejando-nos o mesmo torpor sentido por Che ao ver e viver a experiência única que é a América do Sul.
Em homenagem aos fortes fundadores da Unila e aos corajosos caravaneiros, faço minhas palavras o sussurro de Graciela: “a revolução ainda não acabou”.
Hasta siempre!
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