quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Anotações sobre Santiago

O Chile nos trouxe grandes surpresas. Não esperávamos encontrar uma cidade tão grande como é Santiago, muito menos uma capital tão bem organizada em termos de infra-estrutura, planejamento urbano e transportes. Também descobrimos que o Chile conta com uma vida cultural bastante ativa - enquanto estivemos aqui, dois grandes festivais, de cinema e teatro, aconteciam simultaneamente, além de outras produções culturais independentes. As calçadas são largas, as ruas arborizadas e as pessoas muito simpáticas, especialmente em relação aos brasileiros.


Vista do Cerro San Cristóbal - ruas retas e quadras demarcadas

Descobrimos que, ao contrário do Paraguai, Uruguai e Argentina, aqui o Ensino Superior está estruturado de uma maneira muito parecida à do Brasil: é preciso fazer um exame para a entrada, como o vestibular, e é mais difícil ingressar nas universidades públicas (cujo prestígio é maior devido ao seu trabalho voltado à pesquisa) que privadas. Aqui, a tendência é que estudantes das classes menos favorecidas estudem em instituições privadas - o que os leva a fazer financiamentos que os deixarão endividados por muitos anos. Para nossa surpresa, as universidades públicas também são pagas aqui - custam cerca de R$600 por mês (valor que também pode ser financiado, porém a juros mais baixos).


Casa de Pablo Neruda - La Chascona

Também nos deparamos com um país bastante machista em termos gerais. Se na Argentina e Uruguai as relações de gênero pareciam apontar em direção a uma menor disparidade, no Chile há ainda muito trabalho por fazer. Algumas escolas de Ensino Médio ensinam "Economia Doméstica" com o objetivo de mostrar às futuras donas de casa como cozinhar, costurar, administrar as finanças do lar etc. O aborto é totalmente proibido - inclusive o terapêutico (ou seja, mesmo em caso de risco de vida - da mãe ou do bebê - ou de estupro, não se concede o direito à interrupção da gravidez). É freqüente a cena de homens na rua comentando sobre ou abordando as mulheres que passam.


A cidade tem a Cordilheira dos Andes ao fundo

Outra grande surpresa que tivemos foi que, alguns dias antes da nossa chegada, foi eleito o futuro presidente do país, Sebastián Piñera, numa virada à direita depois de 20 anos de centro-esquerda (o Chile não havia sido governado pela direita desde Pinochet). Apesar de controversa - foi alegada irregularidade nas primárias -, sua eleição traz à tona debates muito interessantes sobre a esfera política chilena. O primeiro ponto é que alguns setores da população se queixavam da inércia do partido anterior, que já fazia mais articulações para seu próprio interesse que políticas públicas, devido ao longo período em comando. Em segundo lugar, há um retorno das discussões sobre a liberdade de pensamento, já que algumas das medidas já anunciadas do futuro governo é reduzir os impostos aos livros - porém, somente aos livros "bons" (os demais continuam a ser taxados normalmente). Ainda está em jogo uma terceira questão, sobre a relação entre política, economia e meios de comunicação: Piñera é um grande acionista de três grandes empresas chilenas - a LanChile, a Chilevisión e o time de futebol Colo-Colo. Apesar de haver prometido vender suas partes nestas companhias caso ganhasse o pleito, Piñera voltou atrás e decidiu mantê-las.

Agora, a Caravana se despede de Santiago e parte em direção ao Norte do país, onde conheceremos o deserto do Atacama...

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Chegada ao Chile

Depois de um longo dia na estrada, chegamos à fronteira da Argentina com o Chile na madrugada de domingo para segunda-feira. Depois de enfrentar uma longa fila para fazer os procedimentos de entrada no país, chegamos a uma estrada bastante sinuosa. O sol já começava a nascer e nos proporcionou uma vista inesquecível: pouco a pouco, a Cordilheira dos Andes aparecia, bem próxima ao caminho que o ônibus percorria.











Encontro emocionante na Plaza de Mayo



Na Argentina, a Caravana da Integração contou com o apoio do Itamaraty para agendar compromissos com várias instituições. Essa parceria possibilitou que os estudantes fossem recebidos em muitos locais, entre eles a Asociación de las Madres de la Plaza de Mayo.



O encontro com as senhoras e senhores da organização foi inesquecível. Alguns caravaneiros colocaram a reunião como a melhor de toda a viagem, até agora. Os membros da associação deram uma verdadeira lição de vida, mostrando como é possível manter um coração jovem - ou seja, manter vivos os sonhos - apesar de todas as desilusões que a vida traz ao longo dos anos. "O possível nós podemos conseguir; é preciso buscar o impossível", disse Evel Petrini.



As madres de la Plaza de Mayo são senhoras cujos filhos se engajaram politicamente durante a ditadura militar na Argentina e foram torturados e assassinados pelos partidários do governo. O movimento começou individualmente, com cada uma fazendo o possível para encontrar seus filhos desaparecidos.



Foi então que perceberam que, daquela maneira, a busca seria impossível - era preciso lutar em conjunto. Apesar de todas as dificuldades (muitas foram presas ou tiveram que abandonar suas casas), o apoio que recebiam umas das outras as fez jamais desistir. Pouco a pouco, puderam socializar a maternidade. "Não era que faltava um filho, faltavam todos os filhos", conta Mercedes Meroño, vice-presidente da Associação. A partir daí, segundo dizem, se tornaram revolucionárias.



Até hoje, 32 anos depois dos encontros e protestos na Plaza de Mayo, muitas mães ainda não encontraram seus filhos e continuam lutando pela democracia e pela justiça social.
Fotos de Mariana Hirsch

Muitas surpresas em Arroyo Verde

por Tássia Camila
O que esperávamos encontrar no bloqueio da fronteira Fray Bentos/Gualeguaychu eram guerrilheiros armados, escondendo os rostos, evitando contato com quem se aproximasse. Apenas três caravaneiros desceram do ônibus, ao chegar ao local - Tássia, Danilo e Felippe - sem câmeras na mão, para "negociar" nossa entrada.


O que percebemos, então, foi nossa própria ignorância e desconhecimento sobre o movimento das papeleras. A mídia cria, muitas vezes, uma atmosfera de tensão que não existe e este tipo de surpresa mostra o quanto é fundamental o contato in locu. Não havia armas, guerrilheiros ou nada do tipo; apenas pessoas de uma faixa etária de 40 a 60 anos, que nos recepcionaram de modo surpreendente! Ficaram felizes em saber que somos estudantes brasileiros e que tomamos conhecimento deles de tão longe... Convidaram-nos a conhecer a “sede” que ficava lá mesmo no “corte” e se chamava Arroyo Verde. Tiramos muitas, muitas fotos, filmamos tudo, tomamos muitas notas...


Percebemos que a luta deles é muito peculiar, pois o movimento é um processo da cidade inteira. Eles não são ambientalistas no sentido clássico da palavra, são pessoas comuns que, afetados por um problema comum, decidiram tomar uma posição distinta do habitual. Outro aspecto interessante é que, mesmo com uma estrutura precária de proteção do corte (apenas um policial, alguns senhores de idade e algumas donas de casa), nunca houve uma tentativa por parte do governo argentino de retirada da barreira.




Depois de mais de uma hora de papo, não só nos permitiram cruzar o corte, como também nos convidaram a conhecer a cidade de Gualeguaychu e participar da assembléia que ocorreria à noite. A assembléia ocorre todas as quartas-feiras e se tomam decisões importantes relacionadas ao "piquete" (eles não gostam que se chame de piquete, pois é uma manifestação 100% pacífica). As pautas são apresentadas, votadas, há informes, discordâncias, inquietações... tudo muito parecido com qualquer assembléia. Alguns inclusive não gostaram de saber que nós cruzamos o corte, mas a receptividade foi maravilhosa: informaram que nós estávamos presentes (estudantes do Brasil) e fomos aplaudidos longamente. A pauta da assembléia é que foi uma coisa muito interessante e de muita sorte da nossa parte. Alguém comprou as terras ao redor do corte e estava permitindo por dentro de suas terras o trânsito de carros com madeiras.





segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Quatro horas e meia para sair do Uruguai

Para ir de Montevideo a Buenos Aires, o caminho mais curto é também o mais complicado: há um bloqueio, há três anos e dois meses, da ponte que liga o Uruguai à Argentina. O motivo é um protesto contra a instalação de indústrias de papel na região, que poluem o Rio Uruguay e prejudicam o solo.

A Caravana da Integração não poderia de deixar de visitar um local de conflito como este, especialmente porque traz uma questão muito interessante - entre dois países membros do MERCOSUL (Mercado Comum do Sul), um movimento ambientalista impede o tráfego de mercadorias e pessoas (salvo raras exceções para a população das cidades fronteiriças).

Antes de chegar ao local da obstrução da passagem, era preciso fazer os trâmites da fornteira - sair do Uruguai e entrar na Argentina. Mais uma vez, levamos um chá de cadeira. Dessa vez, maior ainda. Foram quatro horas e meia de espera...



Caravaneiros traçam o trajeto no mapa, enquanto esperam a liberação do Uruguai



Mantendo o bom humor durante a espera...

Apaixonados pelo Uruguai


Montevideo deixou muitos caravaneiros encantados. Ruas tranqüilas, gente hospitaleira, um patrimônio histórico bem cuidado, muitas árvores. E, acima de tudo, muitos contatos bem-sucedidos. Sentiremos saudades!







Mais passos dados

E a Caravana ganha mais chão, mais suor, mais vida. Saindo do Paraguai, o destino foi o Uruguai, onde começamos nossas atividades, visitando a Universidad del Republica. No salão principal da Universidad fomos recebidos pelo reitor, vice-reitor e por um grupo de assessores ligados à área de relações internacionais da instituição que, como tantas outras pessoas que já cruzamos ao longo do caminho, acharam fantástica a ideia de cruzar uma imensa parte da América do Sul, como estamos fazendo.

Sem dúvida, é maravilhoso perceber que estamos realizando algo que alimenta os nossos corações e contagia as pessoas que temos a chance de conhecer nos lugares por onde passamos. Dá uma sensação boa e, desse modo, recebendo o apoio encorajador das pessoas, ganhamos energia para prosseguir a longa viagem. Em Montevidéu, além da reunião na Universidad, alguns estudantes, que pesquisam movimentos sociais, conversaram com representantes do movimento estudantil, da Central dos Trabalhadores do Uruguai e do movimento campesino. Foi uma experiência muito rica, pois foi possível, através do delicioso papo com as lideranças - todas muito gentis e dispostas a responderem as perguntas feitas pelo grupo - conhecermos um pouco mais da história do país. E que venha mais novidade, pois a nossa sede é grande.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Problemas na fronteira

Saindo de Assunção (Paraguai) em direção a Montevidéu (Uruguai), era preciso passar por uma pequena parte da Argentina e depois por um curto trecho do Brasil. Mas atravessar a fronteira dos hermanos parecia missão impossível neste fim de semana. Na primeira tentativa, a polícia paraguaia nos pediu um documento atestando a cessão do ônibus para a realização do projeto. Como o Consulado do Brasil mais próximo já estava fechado, tivemos que dormir na cidade de Encarnación (Paraguai), até que pudéssemos obter o comprovante. No dia seguinte, já com o papel em mãos, foram os argentinos que nos deram dor de cabeça: o Inulatão ficou mais de três horas parado na alfândega, enquanto os funcionários locais revistavam tudo: todas as malas (inclusive as de mão), todo o equipamento de filmagem, aparelhos eletrônicos, poltronas, banheiro e até o teto do ônibus. Enfim, passamos! Mas, como outra vez havíamos nos atrasado, dormimos em Santiago – uma cidadezinha no sul do Brasil. Passar para o Uruguai, no dia seguinte, foi tranqüilíssimo e chegamos a Montevidéu antes do anoitecer.

O tempo dentro do ônibus, no entanto, foi aproveitado muito bem: tem novidade artística chegando aqui no blog em breve – fiquem ligados!







sábado, 16 de janeiro de 2010

Cataratas





por Matheus Brasil


Para fechar nossa visita a Foz do Iguaçu, não poderíamos deixar de conhecer as cataratas. Desfalcados de dois integrantes devido a um problema de saúde com um deles, chegamos ao Parque Nacional com grandes expectativas de ver com os próprios olhos o que todos já conheciam por fotos e vídeos. Descendo por uma trilha que nos levava a uma cota mais baixa que a estrada de acesso, foi possível visualizar, de diversos mirantes, as cataratas pertencentes ao território argentino. Acompanhados por quatis, lagartixas e exóticas borboletas, chegamos ao mirante principal. Ali, foi possível nos aproximar bastante de uma das quedas d’água do lado brasileiro que, antes de desaguar no caudaloso rio Paraná, escoava sobre uma laje onde havia uma passarela dando acesso ao último mirante. Munidos de capas de chuva ou desprovidos de qualquer apego quanto ao uso de camiseta, éramos inevitavelmente banhados pelo vapor d’água que formava uma nuvem branca à jusante da queda. Entre a tentativa de fotografar sem danificar a máquina e apreciar a natureza numa vista de 360º, a sensação de liberdade nos contagiava quando totalmente inseridos na imensidão de água que formava as cataratas. Renovados, subimos ao ônibus certos de que estávamos prontos para partir para encarar mais estrada. Enfim, sairíamos do país e descobriríamos o que nos espera nos próximos destinos, despertados pelo desejo de ultrapassar “Ciudad del Este” e descobrir o que mais veremos no Paraguai além do curioso comércio da fronteira.



Entre o real e o simbólico: a Inulat marca a Caravana da Integração na Unila

por Fredson Carneiro

Visitamos as instalações provisórias da Unila – Universidade Federal da Integração Latino-Americana – em área na qual funciona o PTI – Parque Tecnológico de Itaipu - na cidade de Foz do Iguaçu. Fomos recebidos por uma comitiva formada pelos professores Nilson e Gentil de Economia, Clara e Graciela de Letras, Luiza de Sociologia e Gláucio de Agronomia. Na sala de reuniões, Felippe Ramos apresentou a Inulat e a Caravana da Integração, os processos de constituição de ambas assim como os objetivos e ideais que norteiam a iniciativa. Em contrapartida, nos foi apresentada a proposta de implantação da Unila, fundada nos ideais constitucionais de promoção da educação superior e do art. 4º da Constituição Federal, que visa promover a integração na América Latina e que teve como uma de suas primeiras ações institucionalizadas a criação do IMEA – Instituto Mercosul de Estudos Avançados.




 A proposta inovadora de uma estrutura acadêmica desburocratizada e voltada para a integração da América Latina uniu simbolicamente os movimentos ali presentes – Unila e Inulat – que através da Caravana da Integração fundaram os marcos reais, concretos, para o estabelecimento de ações efetivas na integração da América Latina através da produção do conhecimento, de um saber subalterno e pós-colonial não mais subordinado a tutores intelectuais que pouco ou nada entendem da nossa realidade social, política e cultural.








A Unila se funda em áreas norteadoras da produção do conhecimento como campos interdisciplinares dos quais deslocam-se os cursos de graduação, quais sejam:1 Espacio inter-territorial y sociedad; 2. Historia, Comunicación e interculturalidad; 3. Ciencia, tecnología y desarrollo; 4. Educación y Salud Pública. Dessas áreas, depreendem-se 20 cursos de graduação que oferecem 10 mil vagas para estudantes brasileiros e dos demais países da América do Sul em regime paritário, assim como da composição de seus professores.




Após o momento de exposição dialogada, houve um debate entre os presentes a título de esclarecimento de dúvidas e demarcação de conceitos. Em seguida, partimos para um ato simbólico de plantação de uma árvore – pitangueira – no jardim do PTI/Unila, o que marca uma territorialidade já construída pela Caravana da Integração num espaço comum a ambas as iniciativas de integração Latino-Americana. Aqui se fundam e se cruzam os caminhos do real, pelo já construído através do esforço dos atores sociais envolvidos, e do simbólico, pelo que ainda está por vir no processo de construção da Caravana da Integração, da Inulat e da Unila. O ideal de integrar-se, fortalecer os laços e superar os entraves que constroem as distâncias entre os povos e sociedades da América Latina guiam os sentimentos e a razão de sujeitos e subjetividades tão belas quanto as palavras que povoaram o fim da reunião da Unila através da leitura do prólogo do livro “Diários de motocicleta”. Fomos presenteados pela leitura do referido livro através do profundo espanhol da professora Graciela, no qual a filha de Che Guevara relata a transformação que seu pai viveu a partir da viagem ao redor da América Latina, desejando-nos o mesmo torpor sentido por Che ao ver e viver a experiência única que é a América do Sul.


Em homenagem aos fortes fundadores da Unila e aos corajosos caravaneiros, faço minhas palavras o sussurro de Graciela: “a revolução ainda não acabou”.

Hasta siempre!


Visita a Itaipu

No dia 12 de janeiro, a Caravana da Integração foi convidada a conhecer a usina hidrelétrica de Itaipu, uma das empresas patrocinadoras.







Como guia do passeio, a Caravana contou com Michele, que explicou, entre outras coisas, todo o processo de construção da usina. Neste período, a cada 55 minutos, era utilizado concreto suficiente para construir um edifício de 22 andares. O volume total de concreto da usina de Itaipu seria suficiente para construir um prédio para mais de 4 milhões de habitantes.



A Itaipu só gera, não distribui energia. O que um país (Brasil ou Paraguai) não usa - ou seja, o excedente - pode ser comprado pelo vizinho, sendo que o custo é igual para ambos. No entanto, quando o Brasil precisa comprá-la, há uma taxa de cessão de energia, incluída na tarifa, que vai para o governo do Paraguai.



A sala de controle central é dividida entre Brasil e Paraguai - de um lado, ficam seis funcionários brasileiros e, do outro, seis paraguaios. Além disso, o local combina máquinas digitais e analógicas para garantir que o sistema funcione o tempo todo.



Tivemos a oportunidade de visitar o eixo da unidade geradora, que tem 275 toneladas e é movimentado pela força da água.
 

Segurança - Toda a área de Itaipu é considerada território de segurança nacional e, portanto, conta com a presença da Marinha e da Polícia Federal.





O vertedouro geralmente fica aberto 3 a 4 semanas ao ano. Em 2009, foram 3 meses ao todo, devido à grande incidência de chuvas. Pelo vertedouro, saem mais de 12 mil metros cúbicos de água por segundo. Como comparação, das cataratas do Iguaçu saem cerca de 2 mil metros cúbicos por segundo.






O recorde mundial de geração de energia é da Itaipu - que, em um ano, conseguiu produzir o equivalente à energia suficiente para movimentar o mundo inteiro durante dois dias. A empresa conta com 3 mil funcionários, sendo que metade tem nacionalidade brasileira e a outra metade é paraguaia. Desde o começo da construção, mais de 120 mil pessoas já passaram pela empresa.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Soluções de segurança e tranqüilidade pelo percurso

Pais e familiares ficaram apreensivos ao saber que os caravaneiros passariam a maior parte do tempo dentro de um ônibus, circulando nas estradas do Brasil e de demais países da América do Sul. Mas a Caravana da Integração ganhou um apoio que garantiu a segurança nas comunicações durante o circuito - a Vivo.

A empresa forneceu chips para fazer chamadas telefônicas no Brasil e modems para conexão ilimitada de internet em todos os países da América do Sul. Como a Vivo é a operadora com maior cobertura, os caravaneiros (e seus parentes) se sentem mais seguros.


Da esquerda para a direita: o reitor da UFBA, Naomar Almeida, o idealizador do projeto, Fabrizzio Cedraz, o coordenador acadêmico, Felippe Ramos e o pró-reitor de assistência estudantil, Álamo Pimentel.

Discurso de Felippe na saída da Caravana

domingo, 10 de janeiro de 2010

Rastreamento 24h

Agora quem quiser pode seguir o percurso da Caravana da Integração através do site www.rastecnologia.com.br. Veja o procedimento abaixo:
- 1o passo: clicar em "Central 24h"
- 2o passo: inserir o nome de usuário: inulat
- 3o passo: inserir a senha: 101112
- 4o passo: clicar em "Monitorar veículos"
- 5o passo: clicar em "INULAT"

Tecnologia da Rastec, nossa apoiadora!

Estrada e debates

Hoje o dia foi de muita estrada para os caravaneiros: às 4h30 da manhã, o ônibus já havia deixado Vitória da Conquista. Muito cansados, os participantes aproveitaram as primeiras horas da manhã para descansar.



A primeira parada, no Hotel & Restaurante Tamburil, já em Minas Gerais, foi muito agradável – pão de queijo autêntico (alguns o apelidaram de “Chernobyl” devido ao tamanho) e uma música sertaneja envolvente para os quadris.

De volta à estrada, os caravaneiros passaram pelo Vale do Jequitinhonha, um local de solo bastante seco, sem casas ou fazendas por longos trechos. O restaurante onde almoçaram tinha problemas A parada serviu também para cuidar do ônibus: foram colocados filme de proteção ao sol e uma câmera registrando a estrada.

De tarde, um debate produtivo sobre a realidade dos países sul-americanos. Foram levantadas questões quanto ao radicalismo ou pragmatismo político; o populismo latino-americano; o autoritarismo, o jogo políitico e as alianças entre partidos.



O ônibus parou no posto “Patão” (numa cidade chamada Patos de Minas/MG) para passar a noite. A comoção foi geral ao ver o banheiro – limpo! E com água quente!

sábado, 9 de janeiro de 2010

Nosso primeiro porto (mais que) seguro: Vitória da Conquista (BR 116)

Por Davi Solla

Após mais um pequeno trecho do longo trajeto total de 23.000 km no nosso querido “Inulatão”, às 22:20 já sentíamos o frio agradável característico das noites da primeira cidade em que teríamos o privilégio de dormir “em terra firme”: Vitória da Conquista-BA, conhecida por muitos como a “Suíça Baiana”. Apesar de constar no roteiro original, a incerteza de se dormiríamos mesmo em Vit. da Conquista, ou não, nos deixou desprevenidos quanto a reserva de pousada ou adjacências. Felizmente, um dos caravaneiros possuía primos que tinham uma casa em Vit. da Conquista e, como não se encontravam na cidade, poderiam nos emprestar a casa, tornando-se os primeiros anfitriões da INULAT – Caravana da Integração.




Havíamos encontrado nosso primeiro porto (mais que) seguro. Fica registrada a gratidão dos caravaneiros aos nossos anfitriões. Houve uma certa demora para encontrar a casa devido a dificuldades com o GPS e algumas ruas estreitas que dificultavam manobras com o ônibus, nos levando a refletir como o deslocamento em algumas cidades sul-americanas pode se tornar um verdadeiro problema logístico. Milagrosamente, a casa onde residem 4 jovens pôde adaptar-se para alojar os 21 atuais caravaneiros, graças à ocupação dos quartos, sala, cozinha, corredor e varanda. Vale pontuar a satisfação de tomar um bom banho quente após o dia na estrada e o “receio” pelo que nos espera nos próximos trechos de viagem, nos quais nem sempre teremos condições ideais para descanso, estudo, discussões, confraternizações e decisões quanto à jornada em si. Aqui, pudemos, saudosamente, contactar nossos familiares, companheiros(as) e amigos, seja através de telefone ou da internet.


São 02:35 e, como iremos “levantar acampamento” às 04:00-04:30, finalizamos este relato, mesmo que nem todos durmam. Foi apenas o 1º dia.


sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Começa a jornada

Idealizador da Caravana da Integração, Fabrizzio Cedraz foi também o primeiro a chegar ao campus de Ondina da UFBA nesta sexta-feira – às 2h30 da manhã.  Brincadeiras à parte, este foi o horário que Fabrizzio deixou o campus, depois de ter passado todo o dia organizando os últimos detalhes para a saída do projeto.



Às oito da manhã, já era grande a movimentação no portão principal do campus – estudantes selecionados, comissão organizadora, familiares, apoiadores e realizadores dividiam o espaço ao redor do ônibus.



Duas notícias deixaram pais e mães mais tranqüilos. A primeira foi que a Vivo se tornou apoiadora da Caravana, fornecendo chips e modems de tecnologia 3G para facilitar as comunicações e transmissão de dados durante todo o percurso. A segunda foi que o rastreador instalado no veículo poderá ser consultado a qualquer momento, através da internet, graças ao apoio da Rastec. Ambos apoiadores contribuem fornecendo soluções de segurança e encurtando as distâncias.







Antes da partida, o coordenador acadêmico da Caravana, Felippe Ramos e o pró-reitor de assistência estudantil, Álamo Pimentel, fizeram curtos pronunciamentos. O reitor da Universidade Federal da Bahia, Naomar Monteiro de Almeida Filho, abriu espaço para quem quisesse falar alguma coisa. Vários pais e mães de estudantes selecionados citaram o orgulho de ver seus filhos integrando a iniciativa. Depois, Naomar lembrou que havia feito o mesmo trajeto na década de 70, quando revoluções e golpes de estado se sucediam na América do Sul.







Primeira parada: Itatim-BA (BR 116, KM 527)
Às 15h30, a Caravana da Integração fez sua primeira parada: Itatim-BA. O local foi escolhido como parada para o almoço. Por se tratar de uma churrascaria, os vegetarianos tiveram que negociar com a cozinheira, que acabou preparando-lhes uma comida especial, tão gostosa que muitos começaram a cogitar tornar-se vegans.


Logo surge uma questão: nosso ônibus terá um apelido? Alguns sugeriram que fosse um nome fazendo referência à motocicleta usada por Che Guevara na sua viagem – algo como “El Poderoso”. Outras pessoas pensaram em "Inulatão"...

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Mais trabalho: 30/12!!

Comissão organizadora e estudantes selecionados trabalhando no dia 30/12 - a reunião foi na Escola de Administração da UFBA. Confira o vídeo:


Mutirão no dia 23/12

Os estudantes selecionados e a comissão organizadora fizeram um mutirão no dia 23/12, no Laboratório de Análise Política Mundial (Labmundo - Escola de Administração - UFBA) para agilizar a preparação para a Caravana.

Primeiro encontro dos selecionados

Veja o vídeo do primeiro encontro dos estudantes selecionados para integrar a Caravana da Integração, um projeto da Iniciativa UFBA Latina (INULAT), no dia 19/12/2009.

Saudação do reitor Naomar

O reitor da Universidade Federal da Bahia, Naomar Monteiro de Almeida Filho, manda uma saudação aos participantes da Caravana da Integração, um projeto da Iniciativa UFBA Latina (INULAT).