terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

A América do Lago Titicaca

por André Luís

Após o encantado encontro com a Bolívia, seguimos viagem ao norte, para o país do famoso povo Inca. A expectativa para o Peru era muito grande, considerando as riquezas arqueológicas que existem em seu território (leia-se Machu Picchu). Entretanto, como todos sabem, a situação nesta que é uma das sete maravilhas do mundo não está muito boa. Os efeitos das intensas chuvas deixaram vários turistas ilhados, além de bloquear a passagem pelas mal-cuidadas estradas de terra que existem ao redor de Cuzco. Sendo assim, uma ordem inquestionável veio da coordenação: nada de Machu Picchu!

Conformados com a situação, até porque temos consciência que esse não é nosso principal objetivo, seguimos nosso novo trajeto. Primeiro, uma espécie de tentativa de compensação: fomos visitar as ruínas da cultura Tiwanaku, um povo que existiu muito antes dos Incas e cujo poder se estendeu por uma grande parte do lago Titicaca. Foi uma visita muito interessante, com direito a construções incríveis e bastante simbólicas. Fomos acompanhados por um guia com bastante desenvoltura e tiramos bastantes fotos.



Ainda na Bolívia, o objetivo era chegar a Copacabana, um cidade que divide a fronteira com o Peru. Mas, para isso, tivemos um desafio: cruzar o Inulatão de balsa por um rio. O pessoal da região já está acostumado e possui algumas balsas supostamente preparadas para tal. Entretanto, as condições da mesma eram bastante precárias. O cruzamento do rio acabou tendo toques de emoção e medo, já que em certos momentos pareceu que haveria um acidente com o ônibus, principalmente na saída da balsa do outro lado do rio. Felizmente, o prejuízo foi mínimo: alguns estragos na ponta do escape e no pára-choque traseiro. Afinal de contas, nosso motoristas são verdadeiros heróis das estradas, mesmo que em plena água.


Poucas horas depois, estávamos em Copacabana. Paramos em um hotel meio fajuto, mas, nessas horas e nesse frio, ter água quente no banho já é um grande luxo. E que frio! Naquela noite, teve até chuva de granizo! Pela manhã, pegamos um barco para navegar no Lago Titicaca com o objetivo de conhecer o Vale do Sol. O lugar estava cheio de turistas, que lotaram três espaçosas escunas.


A viagem foi incrível. O lago é tão grande que, ás vezes, parecia o mar. É o segundo lago em extensão superficial da América Latina e o mais alto em todo o mundo (3800 m!). Possui uma profundidade máxima de 300m, o que o torna ideal para navegação. Ao seu redor, as civilizações peruanas e bolivianas se instalaram, utilizando o rico potencial do corpo hídrico para desenvolvimento de suas culturas. Foi o caso dos Tiwanaku, que construíram suas cidades à beira do Titicaca. O Vale do Sol, por exemplo, possui um preservado templo utilizado pelos povos ancestrais Tiwanaku e Inca. Fomos lá e tiramos algumas fotos.


Ao voltar da viagem, seguimos para a fronteira para passar de um país andino para o outro. Não houve maiores problemas, somente um azar de sistema fora do ar que atrasou um pouco a nossa viagem. O primeiro destino que paramos foi em Puno, uma cidade peruana bem famosa. Acabamos por dar sorte pois era época de carnaval e as ruas estavam em plena festa. Nem precisa dizer que vibramos com a oportunidade. Tanto que mal nos instalamos, já fomos ver o carnaval de perto. Na primeira olhada, outra surpresa: as festividades eram feitas com danças personalizadas de cada comitiva que representam as diferentes cidades do país. As manifestações culturais eram tão autênticas e animadas que ficamos abestalhados com tudo e acabamos filmando uma grande parte do desfile dos grupos. Aí vai uma prévia:



Seguimos direto para Lima, onde muitas atividades nos esperam.

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