quarta-feira, 3 de março de 2010

Regresso

Nossa principal patrocinadora, a Odebrecht, nos garantiu fechar a viagem com chave de ouro: saímos do hotel caro e desconfortável que estávamos para o Gran Meliá, um dos melhores da cidade. Além disso, o grande presente de final de visita foi o apoio com as passagens de volta!

Os caravaneiros (com exceção de Fabrizzio, Mariana e os motoristas, que chegam depois) desembarcam no Aeroporto de Salvador às 22h desta quarta-feira, 03 de Março. O número do vôo, da TAM, é 3178.

A volta a Salvador marca não o fim, mas uma segunda etapa das atividades da Caravana da Integração. A partir de agora, teremos muito trabalho para organizar e difundir tanta informação. Continuem acessando o blog!

Conhecendo a Revolución Bolivariana

Depois de cruzar a fronteira oriental da Colômbia, um dos trechos da viagem que suscitava mais receio entre caravaneiros e familiares, devido às informações sobre atuação de grupos guerrilheiros e paramilitares, chegamos à Venezuela. Este país era um dos mais esperados e ansiados pelos caravaneiros, devido aos processos políticos que vem atravessando.

Nosso primeiro contato nos deixou intrigados: a comida aqui é extremamente cara, algo contraditório para um país que se diz em meio a uma revolução socialista. No entanto, logo percebemos nosso equívoco: estávamos fazendo os cálculos com base no "câmbio oficial", em que um dólar vale mais ou menos 2,1 BsF, ou Bolívares Fortes, a moeda local, quando se pode trocar um dólar por quase 7 BsF nas ruas.

De todos modos, a Venezuela é cara para o turista: parece haver uma grande especulação hoteleira, pelo menos em Caracas, o que torna a hospedagem um item "salgado". Já no fim do trajeto, com o orçamento mais apertado, tivemos que ficar no hotel Mirage, cujas tarifas não guardam a mínima relação lógica com os serviços que oferece.

Mas a capital acabou nos encantando assim que decidimos explorá-la: no domingo, dia livre, alguns caravaneiros visitaram o centro da cidade e se depararam com cenas fascinantes, como a de idosos reunidos para dançar salsa no meio da praça.

Na segunda e terça-feira, diversas atividades em órgãos do governo, veículos de comunicação e universidades complementaram nossa experiência: pudemos entender o que propõe o governo de Chávez em primeira mão. Um excelente desfecho para a Caravana.

Muitas visitas a universidades em Bogotá

A passagem da Caravana da Integração pela capital da Colômbia foi marcada principalmente pelo contato com as instituições acadêmicas locais. Foram visitadas: Universidad de los Andes, Universidad Central e Universidad Autónoma. A novidade foi que, além de encontrar reitores, professores e funcionários, os caravaneiros tiveram a oportunidade de falar com estudantes, percebendo assim a realidade do país de uma nova maneira, que ainda não havia sido experimentada.

Também foi curioso descobrir que há um grande interesse pelo Brasil neste país. No Ibraco, Instituto de Cultura Brasil Colômbia, há uma grande demanda por cursos de português e aulas sobre aspectos da cultura brasileira em geral.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Chegada na Colômbia

Passar pela fronteira Equador-Colômbia não foi difícil, mas neste novo país todos estão mais apreensivos e atentos. Mudamos alguns hábitos da Caravana, por segurança: a partir de agora, não viajamos depois do pôr-do-sol, andamos com as janelas e cortinas fechadas e não paramos para tirar fotos ou filmar as paisagens. Também temos evitado colocar as câmeras fotográficas e filmadoras para fora do ônibus.


Mesmo com toda a tensão (agora, qualquer parada é motivo de apreensão), a Colômbia tem nos surpreendido com suas esplêndidas paisagens e povo acolhedor. Todos estão sempre dispostos a dar alguma informação, conversar conosco e, sobretudo, se interessam bastante pelo projeto da Caravana. Mas, é claro, não foram apenas flores: além das belas montanhas, também vimos alguns homens do Exército, armados, guardando pontes e trechos da estrada - mas nada grave.



Devido ao caminho sinuoso, não conseguimos ir além dos 300km e decidimos  mais prudente dormir em Popoyán - a três horas de Cali, onde estávamos planejados de ficar originalmente. Amanhã, teremos um longo dia de viagem até Bogotá (as informações são difusas, mas estima-se que demore entre 10 e 16 horas para chegar) - nada que os caravaneiros não estejam acostumados, há quase um mês e meio de Inulatão.


No meio do mundo

Nos despedimos de Quito bem cedo, às 7h da manhã (o que significa que acordamos às 5h30). Nossa primeira parada foi na metade do mundo: conhecemos o parque onde está localizada a linha do Equador. Além do marco geográfico, também era possível visitar alguns pavilhões que, entre outras coisas, contavam a história da missão geodésica que foi medir onde fica a latitude 00'00". No local, também eram feitos alguns experimentos baseados nos efeitos causados pelos pólos magnéticos da terra, a exemplo do efeito de Coriolis.

Depois de um longo dia de viagem, chegamos ainda de dia à cidade de Tulcán, no Equador, mas já na fronteira com a Colômbia. Encontramos um ótimo hotel, onde pudemos dormir confortavelmente e nos preparar para voltar à estrada no dia seguinte. Gastronomicamente, a despedida também foi boa: um restaurante chinês (um dos muitos na cidade) com comida boa e barata.





Quito surpreendente

Em geral, todos os caravaneiros tinham muito poucas informações sobre o Equador. Talvez justamente por isso o país - e especialmente sua capital - tenha nos surpreendido tanto. Encontramos uma cidade bastante organizada, com uma rede de transporte semelhante à de Curitiba (trechos de via expressa para ônibus e paradas no mesmo estilo de "tubo" da capital paranaense), arborizada e com monumentos históricos bem conservados. Apesar de um pouco cara - tudo se paga em dólares, já que na prática não há uma moeda nacional - Quito é bastante hospitaleira, com uma população acolhedora e muito simpática aos brasileiros.
 
  
  
No primeiro dia de programação, fomos à Universidad Central del Ecuador, onde tivemos um encontro com o reitor, que elogiou a iniciativa da Caravana. Durante a tarde, conhecemos a Confederación de Nacionalidades Indígenas del Ecuador - CONAIE - e lá nos familiarizamos com as questões dos povos locais e suas críticas à conduta do governo de Rafael Correa.


E não é que quase encontramos com o presidente? No dia seguinte, fizemos uma visita ao Palacio del Gobierno e ficamos a poucos passos de onde trabalha Correa.



Depois, seguimos para a Embaixada Brasileira, onde fomos muito bem recebidos pela equipe local, que já vinha nos apoiando desde a nossa chegada. Ali, encontramos com a liderança da Corporación de Desarrollo Afro-Ecuatoriano (CODAE), cuja explanação sobre a situação dos afro-descentes no país foi riquíssima e abriu espaço para muitas inquietações, dúvidas e observações.

Mas um debate maior ainda estava por vir: conversamos com os membros da Alianza País - partido político da situação - até oito horas da noite! O encontro foi essencial para nossa compreensão da realidade equatoriana, da nova Constituição e das mudanças geradas após chegada de Rafael Correa ao poder. Fechamos com chave de ouro nossa estadia em Quito!

Chegamos ao Equador!

Guayaquil é a maior cidade do Equador, com aproximadamente 2 milhões de habitantes. O clima é muito quente, quase insuportável, mas muitos caravaneiros preferiram o calor daqui ao frio dos Andes.


Visitamos um parque que mostrava as várias características do país: primeiro, a biodiversidade, principalmente proveniente da parte do território que é selva; depois, a arquitetura e vestuário pomposos da época áurea do cacau.


Almoçamos num shopping local, uma experiência um tanto quanto inusitada para pessoas que há muito tempo não víam uma "praça de alimentação". Aproveitamos o supermercado que ficava dentro do centro comercial para reabastecer o ônibus, inclusive de produtos de limpeza (e como precisávamos de um novo "Bom Ar"!).

Depois, encontramos um hotel agradável no centro para passar a noite - mas a maioria das pessoas preferiu conhecer um pouco mais da cidade a ficar dormindo: um dos pontos turísticos de Guayaquil é um local chamado Cerro Santa Ana, um "morro" povoado por várias casas, bares e restaurantes. São 444 degraus até o topo, onde se pode desfrutar de uma vista ímpar da cidade.

De volta à estrada no dia seguinte, o Equador nos presenteou novamente com uma paisagem inesquecível: passamos bem perto do vulcão Cotopaxi, um dos mais altos do mundo, com 5.897m.